Amuleto
Amuleto
Romance breve, intenso e profundamente simbólico, publicado em 1999.
A narrativa decorre na Cidade do México e tem como narradora Auxilio Lacouture, uma poeta uruguaia que, durante a ocupação militar da Universidade Nacional Autónoma em 1968, se refugia numa casa de banho da Faculdade de Letras.
A partir desse confinamento, Auxilio transforma a experiência do medo em visão: uma recordação delirante que mistura a história recente da América Latina com a mitologia pessoal e literária do autor. A sua voz, ao mesmo tempo lúcida e alucinada, percorre o tempo e a memória como quem tenta resgatar uma geração perdida: a dos poetas e sonhadores esmagados pela repressão.
Amuleto é, assim, uma elegia à juventude e à arte, mas também uma meditação sobre o fracasso, a violência e a persistência da beleza. O texto, de cadência poética e estrutura vertiginosa, revela a capacidade de Bolaño para transformar o trauma político em matéria estética e, ao mesmo tempo, em testemunho.
Roberto Bolaño (1953–2003), chileno errante, viveu o que escreveu. Exilado, marginal, obsessivo, morreu cedo e deixou uma obra monumental. Entre o México, a Catalunha e a noite interminável da poesia latino-americana, construiu uma mitologia própria onde o sobreviver ao fracasso é a única vitória possível.
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