Aniquilação (2022)
Aniquilação (2022)
Sereno. À primeira vista, o romance é um thriller político: ataques terroristas, intrigas de poder, serviços secretos. É apenas pano de fundo. Nunca estamos seguros. O colapso do corpo, da vida íntima. O que poderia ser épico transforma-se em elegia lenta: a doença, o envelhecimento, a morte, sem anestesia.
Não o grito de revolta da civilização. O seu suspiro final.
O nosso velório, em câmara lenta.
Michel Houellebecq, nascido em 1956 na ilha da Reunião, é o grande sabotador das ilusões contemporâneas. Chamam-lhe provocador, misógino, islamofóbico, reacionário. Mas o que realmente incomoda é a lucidez implacável com que expõe o vazio da vida moderna. A sua escrita funciona como diagnóstico de uma Europa em estado terminal, sempre a mascarar a decadência com discursos ocos sobre liberdade e progresso. Entre o sarcasmo e a melancolia, o abismo.
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