Bestiário
Bestiário
Publicado em 1951, marca a estreia do autor argentino na narrativa breve e anuncia muitas das características que fariam da sua obra uma das mais influentes da literatura do século XX.
O livro reúne oito contos em que o quotidiano é constantemente perturbado por uma presença insólita. Uma força misteriosa que transforma o banal em enigma. Desde o célebre conto Casa Tomada, onde uma casa familiar é invadida por algo invisível, até Carta a uma Senhorita em Paris, em que o fantástico irrompe através do absurdo mais íntimo.
Lembrei-me agora mesmo dos cavalos tamanho de pintassilgos do "A tempestade" do Sorokin. Tudo normalíssimo. Um verdadeiro clássico Russo.
O “bestiário” representa as criaturas interiores, os medos e impulsos que nos habitam e se manifestam sem aviso. O "fantástico" é apenas o Real a ser Real, sem a maldita mediação do bom senso.
Julio Cortázar (1914–1984), nascido em Bruxelas e criado na Argentina, foi uma das figuras centrais do “boom” latino-americano. A sua escrita, fortemente experimental e intelectualmente rigorosa, combina humor, reflexão e uma visão poética da realidade. Em obras como O Jogo do Mundo, Todos os Fogos o Fogo e Bestiário, explorou a fronteira entre o racional e o onírico, entre a ordem e o caos. Cortázar concebia a literatura como uma forma de conhecimento e de libertação, capaz de revelar o que permanece escondido no quotidiano.
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