Crepúsculo da liberdade
Crepúsculo da liberdade
Antologia de Prosa e Poesia.
Um dos textos mais inquietos de Ossip Mandelstam, escrito no olho do furacão político e moral que foi a Rússia pós-revolucionária. O poeta observa o nascimento da nova ordem soviética e percebe que aquilo que se anunciava como libertação se transforma em tirania mascarada de esperança. A liberdade como um fantasma que se invoca, não que se vive.
Com uma linguagem tensa, quase bíblica, o texto mistura profecia, desespero e lucidez. Mandelstam recusa o silêncio e paga caro por isso. A poesia, para ele, é o último reduto da dignidade, a única resistência possível num mundo onde a verdade é punida.
“Vivemos sem sentir o país debaixo dos pés”, escreverá mais tarde, quando o terror de Estaline já era absoluto.
Ossip Mandelstam (1891–1938) foi uma das vozes mais intensas da poesia russa do século XX. Nascido em Varsóvia e criado em São Petersburgo, integrou o grupo dos acmeístas, que defendiam uma poesia precisa e concreta, em oposição ao simbolismo. Acusado de “atividades contrarrevolucionárias” após um poema satírico sobre Estaline, foi preso e acabou por morrer num campo de trabalho.
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