Fedra
Fedra
Uma das tragédias centrais da literatura clássica francesa e um exemplo máximo da depuração formal e emocional que define o teatro do século XVII.
Estreada em 1677, a peça inspira-se na mitologia grega - Hipólito, de Eurípides - e centra-se na paixão proibida de Fedra pelo enteado, Hipólito. Racine transforma este mito antigo numa meditação sobre o desejo, a culpa e o destino, conduzindo as personagens até ao limite da linguagem e da consciência.
A sua escrita, rigorosa e contida, revela como o excesso pode coexistir com a perfeição. A tragédia é a tensão entre o que se sente e o que não pode ser dito. Fedra é, assim, um dos exemplos mais claros da universalidade dos clássicos como mapa para navegar as forças contraditórias que moldam o ser humano: o amor, o orgulho, a vergonha e a busca de redenção.
Jean Racine (1639–1699) foi, juntamente com Molière e Corneille, um dos grandes nomes da era clássica francesa. Formado numa tradição rigorosa e humanista, inspirou-se nos autores gregos e latinos para criar uma obra de rara coerência formal e densidade emocional. A sua escrita, marcada pela clareza e pela musicalidade, consolidou um ideal de tragédia que continua a influenciar a literatura e o teatro modernos, lembrando-nos que os clássicos são a origem e a medida de tudo o que se escreve depois deles.
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