Intervenções (1998)

Reflexões sobre literatura, política, cultura e até sobre a sua própria persona pública. Aqui, não há o verniz do romance para suavizar a escrita: o autor dispara diretamente contra o humanismo sentimental, contra a hipocrisia da crítica, contra a mediocridade de uma Europa anestesiada. 

Intervenções funciona como um manual de mau comportamento intelectual, onde cada página parece escrita para incomodar. O leitor percebe rapidamente que Houellebecq não tem interesse em convencer ninguém Apenas em expor o ridículo de uma sociedade que insiste em falar de liberdade e progresso enquanto se afunda no vazio da resignação.

Michel Houellebecq, nascido em 1956 na ilha da Reunião, é hoje uma das vozes mais corrosivas da literatura francesa. Detestado por muitos e idolatrado por outros, construiu uma obra que mistura lucidez com provocação . Seja em romance, poesia ou ensaio, insiste em apontar para a decadência do Ocidente como quem mostra uma ferida aberta.

É acusado de niilismo e de cinismo, mas talvez seja apenas o escritor que mais radicalmente se recusa fingir ter esperança. L