Lanzarote (2000)
Lanzarote (2000)
Curta narrativa (como sao cutas as férias), é uma espécie de manual de desconforto. Uma observação clínica - e por vezes obscena - de umas férias num resort nas Canárias.
Percorremos, plea mão do narrdor, um território árido, tanto geográfico como humano, e encontramos no turismo de massas um retrato perfeito da decadência contemporânea: pessoas reduzidas a consumidores, sexo transformado em passatempo, espiritualidade substituída por seitas grotescas.
Não vais encontrar empatia, nem beleza. Antes o mundo despido até ao osso. O ridículo e a mediocridade que alimentam o conforto do Ocidente. (será que te vais ver lá?)
A paisagem vulcânica de Lanzarote, um espaço belo, mas inóspito, onde nada floresce para além da solidão e da repetição. O livro é curto, mas o efeito que deixa é duradouro.
Michel Houellebecq, nascido em 1956 na ilha da Reunião, é o grande iconoclasta das letras francesas contemporâneas. Chamam-lhe niilista, provocador, até pornógrafo da miséria humana. Ele limita-se a apontar o dedo ao vazio da modernidade: à sexualidade sem afeto, à religião transformada em marketing, à política esvaziada de ideias. A sua escrita é corrosiva, insiste em não anestesiar, em não suavizar o que todos pressentimos mas evitamos nomear. Em Houellebecq, não há utopias nem consolos - apenas a fria constatação de que vivemos numa civilização cansada de si própria.
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