Uma distopia onde a violência e o controlo estatal colidem. Com brutalidade. A história é narrada por Alex: sociopata, líder de um gangue que aterroriza a cidade com actos de ultraviolência (nadsat). Após ser capturado, Alex é submetido a um processo de reabilitação psicológica imposto pelo Estado para "curar" criminosos. Para "fazer" pessoas de bem, afinal.
A obra questiona o livre-arbítrio, a moralidade e o papel do poder. Nada atual, portanto.
Sobre a leitura, é pouco convencional, dialecto anglo-russo criado pelo autor (nadsat). A mim, levou-me umas boas 20 páginas a entrar no ritmo.
Descrevemos o mundo com as palavras que temos. Para descrever aquele mundo, foram precisas palavras que não existiam ainda nos anos 60. Ficaram-me muitas.
Anthony Burgess (1917–1993) foi escritor, compositor, crítico e linguista. Escreveu dezenas de obras em diversos géneros, mas foi com Laranja Mecânica que alcançou notoriedade mundial. Ficou incomodado com isso. Conssderava este livro apenas mais uma, de muitas, experiências literárias.
Foi muitas vezes interpretado como uma apologia à violência. Talvez seja (não foi assim que o li).
É importante por isso.
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