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O dia do gafanhoto

O dia do gafanhoto

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Publicado em 1939, é um dos retratos mais ferozes e grotescos de Hollywood alguma vez escritos. Nathanael West arranca o verniz do sonho americano e mostra a maquinaria de uma cidade feita de ilusões, frustrações e violência latente.

As personagens que povoam o romance - figurantes medíocres, artistas falhados, técnicos invisíveis - são criaturas esmagadas por um sistema que vende promessas de glória mas entrega miséria e desespero.

A narrativa acompanha Todd Hackett, jovem cenógrafo que observa, com um misto de fascínio e repulsa, a decadência dos que vivem à margem da grande indústria do entretenimento.

O livro não é apenas crítica social. Sátira impiedosa, quase apocalíptica, onde Hollywood aparece como um formigueiro pronto a explodir em histeria coletiva. O título, O dia do gafanhoto, alude precisamente a essa invasão de corpos famintos, anónimos e violentos, que reduzem o sonho a pó.

Nathanael West (1903–1940) foi um escritor e argumentista norte-americano cuja obra breve, mas intensa, se tornou referência para a literatura satírica e desencantada do século XX. Autor de apenas quatro romances, entre eles Miss Lonelyhearts e O dia do gafanhoto, construiu uma visão corrosiva da sociedade americana, expondo a crueldade do sucesso e a fragilidade dos que vivem de ilusões.

Para sobreviver, escreveu guiões em Hollywood entre 1936 e 1940, numa indústria que ele próprio desprezava, mas que pagava as contas. Antes disso, tinha administrado hotéis em Nova Iorque, onde chegava a oferecer quartos de graça a escritores de quem gostava, apenas para desfrutar da sua companhia. Uma estratégia pouco rentável, mas literariamente conveniente.

West dedicou-se a parodiar a civilização ocidental com um humor envenenado e toques de surrealismo, moldado pela miséria e pelo desespero da Grande Depressão. Deu "palavras" à degradação, à impotência e à solidão humanas, criando personagens tão trágicas que quase se tornam cómicas. Ou será ao contrário?

A sua vida terminou abruptamente a 22 de dezembro de 1940, num acidente de automóvel. Ao seu lado morreu a recém-esposa, Eileen McKenny, cuja vida inspirara a peça popular My Sister Eileen. Até o seu fim teve o gosto amargo da tragédia.

Embora a ficção de Nathanael West tenha recebido alguns elogios isolados da crítica, o público ignorou-o por completo. Ironia suprema: depois da sua morte, académicos e escritores começaram a venerá-lo como um dos grandes satiristas do século XX.

Deixou uma obra curta. Continua a ecoar, pela atualidade do seu desencanto.

The day of the locust, Trailer (1975)

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