O idiota
O idiota
O Idiota, alguém de índole “inteiramente boa” num mundo moralmente corrompido. O resultado é o príncipe Míchkin: ingénuo, sensível, transparente - lançado num ambiente dominado pela ambição, pelo egoísmo e pela hipocrisia.
A sua bondade, em vez de redimir, perturba; em vez de iluminar, ensombra. A pureza transforma-se em escândalo: uma sociedade movida pelo cálculo e pelo cinismo não sabe lidar com a inocência. Que será das nossas crianças?
Aquilo a que chamamos “idiotice” pode ser afinal uma forma de integridade que o mundo já não reconhece.
Fiódor Dostoiévski (1821–1881) é um dos grandes mestres da literatura russa e universal. A sua obra mergulha nas zonas mais obscuras da alma humana: culpa, fé, violência, compaixão - e antecipa questões que ainda hoje inquietam a modernidade. Preso e condenado à morte por motivos políticos, foi salvo por um Idiota. Um Michkin do mundo real, e sobreviveu ao fuzilamento e ao exílio na Sibéria. Devemos-çlhe, ao idiota, toda a obra de Dostoievski.
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