Poesia completa

O núcleo mais íntimo e essencial da sua obra. Antes de ser romancista, Bolaño foi, sobretudo, poeta. Esta reunião dos seus livros de versos, publicados entre 1975 e 2003, revela o alicerce de toda a sua escrita posterior.

Nos poemas, encontram-se os mesmos temas que atravessam a sua ficção: a errância, o exílio, a juventude, a amizade e a morte. Despidos da estrutura narrativa, esses temas aparecem com uma urgência direta, quase confessional. Alguém que observa o mundo com desencanto e ternura, consciente de que a beleza e a ruína são inseparáveis.

Há nos versos uma simplicidade deliberada, um tom de conversa, como se Bolaño falasse com os seus companheiros de estrada, os poetas esquecidos, os marginais, os desaparecidos.

Registo de uma vida escrita à margem e contra o tempo. Lê-lo é encontrar a origem de toda a obra.

Roberto Bolaño (1953–2003), nascido no Chile, foi poeta, contista e romancista, e tornou-se uma das vozes mais marcantes da literatura latino-americana contemporânea. Viveu entre o México e a Espanha, atravessando a precariedade, o exílio e o desencanto político, experiências que moldaram a sua visão literária. Autor de livros como Os Detectives Selvagens e 2666, cultivou uma escrita que alia lucidez moral e compaixão. Em prosa ou em verso, a literatura como o último espaço de liberdade, de risco, de perda e, paradoxalmente, de salvação.