Putas assassinas

Catorze contos que confirmam o lugar central do autor chileno na literatura contemporânea. Publicado em 2001, o livro apresenta histórias que exploram a violência, o desejo, a solidão e a precariedade moral do mundo moderno. As personagens, escritores falhados, mulheres fugitivas, amantes em desespero ou figuras à deriva, movem-se num universo de fronteiras difusas entre a vida e a ficção.

Bolaño constrói narrativas onde o quotidiano é constantemente atravessado pela ameaça, e onde a beleza se revela, paradoxalmente, no que é brutal ou marginal, nunca no normal e remediado. A sua escrita é seca, precisa, mas profundamente literária.

Em Putas Assassinas, o autor revisita temas centrais da sua obra: a errância, a busca de sentido e a persistência do mal no coração da experiência humana. Cada conto parece fragmento de um mundo maior, em que a literatura é tanto refúgio como sentença. 

Roberto Bolaño (1953–2003) foi poeta, contista e romancista, amplamente reconhecido como uma das vozes mais influentes da literatura latino-americana do final do século XX. Viveu no México e em Espanha, levando consigo uma visão nómada e crítica do mundo hispano-americano. A sua obra — que inclui títulos como Os Detectives Selvagens e 2666 — combina realismo, violência e reflexão metaficcional. Através de uma escrita simultaneamente rigorosa e despojada, Bolaño explorou a relação entre arte, poder e desespero, transformando a literatura num território de risco.